A estrutura orgânica do homem lhe permite responder física e psicologicamente aos sentimentos, e afetos como o medo são um bom exemplo disso. Segundo a psicóloga behaviorista Thaís Faleiros, o medo é uma reação fisiológica do organismo diante um certo acontecimento no qual a presença de um estímulo aversivo, ou seja, algo que cause desprazer, encômodo ou constrangimento, provoca uma resposta. Essa resposta seria o medo, que se manifesta através de suor, frio na barriga, taquicardia, etc. Na medida em que o organismo interage com o meio, ele vai construindo uma história na qual os estímulos presentes nesse meio provocam reações e sentimentos diferentes. No caso do medo, uma relação do organismo com um estímulo aversivo ou simplesmente parte dele ou algo que se assemelhe a ele por algum aspecto, pode desencadear reações fisiológicas fortes e promover a fuga do organismo diante este estimulo. Não nascemos com medo, ele ocorre a partir da interação do organismo com o meio, portanto é aprendido. Por exemplo: não nascemos com medo de barata, aprendemos a ter medo a partir do momento que aprendemos que barata é um ser nojento e peçonhento, ou que vemos nossa mãe gritando diante da barata, o estimulo barata adquire função aversiva, ou seja, repulsiva, e passa a desencadear reações fisiológicas de medo quando presente. O medo vai se recriando de diversas maneiras a partir das solicitações ao longo de nossas vidas. O medo se manifesta através da cultura, como resultado de aprendizagem social. Vivemos em uma cultura do medo, onde seus protagonistas são a mídia, imprensa escrita, jornalistas, grupos ativistas, empresários, religião e políticos que focam nos crimes, enfatizando a violência, dominando o noticiário e aproveitando das limitações das pessoas, para vender o pânico como um produto. A difusão do medo está relacionada com a institucionalização da vida em sociedade, uma vez que a socialização do homem, nos espaços privados e públicos, só é possível se