Medicalização de cria~ças e adolescentes
São Paulo
2013
Resumo do Texto:
Medicalização de Crianças e Adolescentes: Conflitos silenciados pela redução de questões sociais a doenças de indivíduos
Nos últimos tempos, vemos a crescente ascensão do cientificismo, no qual todo comportamento humano tende a ser patologizado. A ciência moderna tenta explicar as variações de conduta e personalidade do ser humano com base no código genético.
O exemplo mais visível do ser intransigente é o adolescente, os cientistas tentam explicar o comportamento deles por meio da neurologia, afirmando que há formação de novos neurônios. Já as crianças que tem comportamento diferenciado da normalidade imposta pela sociedade são analisadas e diagnosticadas com diversas patologias e no final são medicadas para que se adequem ao padrão normal.
O cientificismo impõe com verdade o que pode ser explicado pela ciência, tomando o lugar e discriminando a cultura. A padronização do comportamento acaba distanciando-o das suas particularidade¬s, criando uma universalidade patológica puramente racional. A difusão do saber médico no tecido social influencia num contexto não terapêutico, mas político social.
A medicalização é uma ferramenta importante do biopoder no controle social, dado principalmente pela difusão dos avanços técnicos e científicos no inicio do século XX (década de 1930 e 1940). O biopoder é uma espécie de contrato social justificada pelo contexto e valores sociais de cada época.
Antes, as pessoas não se interessavam pela causa da patologia em si. A partir do momento que as descobertas científicas passaram a ser difundidas e caíram no poder leigo, as pessoas começaram a usar estes conceitos científicos como verdade única e analisar o comportamento do outro a partir destes.
A automedicação, apesar de comum na sociedade atual, é extremamente prejudicial