Mediação
FAMILIAR
Lilia Maia de Morais Sales1
Mônica Carvalho Vasconcelos2
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ao longo dos anos, a família vem enfrentando um processo de profundas transformações. Hoje, não existe apenas o modelo patriarcal de família, consolidada com o casamento indissolúvel, cuja estrutura é marcada por uma forte hierarquia.
Vários fatores econômicos, sociais e culturais, contribuíram de forma decisiva para as alterações na estrutura familiar. Apesar da resistência do patriarcalismo, pode-se afirmar que as famílias de hoje não mais possuem uma forte hierarquia, cujo controle era exercido pelo homem, em detrimento da mulher e dos filhos.
A família contemporânea é inovadora, democrática e igualitária. Os diversos modelos de família que hoje existem possuem seus relacionamentos baseados na igualdade, solidariedade, afetividade e liberdade. Os membros da família precisam sentir-se seguros e protegidos, bem como precisam sentir-se encorajados a exercerem sua independência.
Esses fenômenos ainda não foram assimilados pela sociedade de uma maneira geral. Todas essas transformações proporcionam instabilidade familiar, uma vez que, com a ausência de papéis preestabelecidos, os familiares agora precisam negociar a todo instante suas diferenças.
Tais negociações muitas vezes não são adequadas, principalmente quando inexiste nas relações familiares uma boa comunicação, gerando, em muitos casos, a
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Doutora em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Pernambuco- UFPE; Professora da
Universidade de Fortaleza- UNIFOR; Professora da Universidade Federal do Estado do Ceará- UFC
Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR; Professora da Faculdade
Mater Christi.
violência doméstica.
Os índices de violência doméstica apresentam-se de modo
estarrecedor, vitimando, principalmente, as mulheres, as crianças e os idosos.
Diante de toda essa conjuntura,