Mecanismos da imunoterapia alérgeno específica
Autor: Cynthia Mafra Fonseca de Lima
Capitulo do livro: Castro FFMC, Galvao CES. Imunoterapia. Editora manole
O estudo sobre os mecanismos fisiopatológicos da imunoterapia alérgeno especifica (IT) é importante, tanto para a identificação de elementos biologicamente significantes quanto para o desenvolvimento de novas formas de imunoterapia que possam ser mais eficazes, mais seguras e que cursem com um menor tempo de tratamento, alcançando, porém, resultados mais duradouros. Vários mecanismos têm sido propostos para explicar os benefícios da imunoterapia alérgeno específica. (tabela 1) A evolução dos conhecimentos sobre a ação imunológica da imunoterapia alérgeno específica acompanha a evolução dos conhecimentos sobre a imunologia.
Seja administrada através de injeções subcutâneas ou por via sublingual, sabe-se que a IT induz mudanças nas respostas mediadas por células T e por anticorpos. O desafio para os cientistas tem sido comprovar se as mudanças observadas ocorrem devido a benefícios clínicos ou se são apenas epifenômenos.
Neste capítulo apresentamos as alterações observadas nas principais células e mediadores da resposta imune durante curso da IT.
Imunoglobulina E específica
O níveis de Imunoglobulina E (IgE) específica para alérgenos aumentam temporariamente durante a fase inicial da IT mas diminuem novamente aos mesmos níveis anteriores ao tratamento durante a fase de manutenção. A pápula formada em resposta ao teste cutâneo de leitura imediata usualmente está reduzida durante as fases iniciais, mas estes efeitos são relativamente pequenos quando comparados com o grau de beneficio clínico. Em contraste, a fase tardia da resposta ao teste cutâneo é virtualmente abolida após o término de um tratamento bem sucedido com IT.
Padrões semelhantes são observados na fase tardia da resposta no nariz e nas vias aéreas.
A alergia a pólens tem sido um excelente modelo para estes estudos, pois