McDONALDS e sociedade do consumo
O conceito fundamental que torna o Mcdonalds um paradigma por excelência da cultura contemporânea é descartabilidade inaugurada pelos irmãos Mcdonald quando instituíram um serviço no qual não deveria haver nada para ser lavado, (copos e suportes de plástico e papelão). E é analisando que é possível, dentro do texto, pensar na “sociedade das imagens” e começar a compreender o fetichismo contemporâneo pela marca publicitária, além de a busca, dentro dessa marca do familiar e da permanência.
O Fast-food é um modelo claro da tecnicização da vida e de tudo que está ligado a isso: a falta de tempo das pessoas, a pressa, o hábito de comer sozinho, etc. Nada melhor então do que a comida rápida para exemplificar a que ponto chegou esse domínio: é a vida humana que entra agora literalmente na linha de montagem, antecipada por Chaplin, onde as pessoas são obrigadas a se alimentar enquanto trabalham para que a máquina não pare. Todo mundo corre porque se perdeu a fórmula de como parar.
O McDonalds é tido no texto como um Lugar de memória. O lugar de memória é um lugar nos três sentidos da palavra: material, simbólico e funcional. Só é lugar de memória se a imaginação o inverte de uma aura simbólica, se for objeto de um ritual, e for material. A razão fundamental de um lugar de memória é parar o tempo, fixar um estado de coisas, materializar o imaterial, e bloquear o trabalho do esquecimento (memória arquivista) aquela que “se apoia inteiramente sobre o que há de mais preciso no traço mais material no vestígio mais concreto no registro mais visível na imagem”. Isso porque quanto menos a memória é vivida no interior mais ela tem necessidade de suportes exteriores e de referências tangíveis de uma experiência que só se vive através delas. Existe a preocupação do significado do presente combinado a incerteza do futuro. Essa necessidade de tudo arquiva e contar essa busca por uma permanência fetichizada das coisas, pode ser muito bem pensada como a