Mcdonaldização
Perdoem-me o terrível neologismo do título, já que irá servir de eixo destas reflexões. Utilizo o termo "mcdonaldização" para falar de um fenómeno social que poderia estar representado na cadeia de restaurantes de comida rápida que todo o mundo conhece e que foi fundada pelos irmãos McDonald, na Califórnia, no ano de 1937. Em 1961, fundaram o primeiro centro especializado na formação para este tipo de negócios, denominado Universidade do Hambúrguer (que oferecia uma licenciatura em hamburguerologia).
A "mcdonaldização" afecta a comida, mas (entendida como uma maneira de organizar a sociedade) também diz respeito à informação, às relações, ao comércio, ao sexo, às viagens (uma visita organizada a Paris incluirá, seguramente, o Louvre, mas provavelmente não o museu Rodin), ao ensino (pense-se na aplicação de provas objectivas que se corrigem mediante máquinas) ... Alguém denominou um estabelecimento comercial de três andares dedicado, em Nova Iorque, à pornografia de "O McDonald do sexo". As grandes superfícies comerciais são lugares de passeio. Os centros comerciais são as novas grandes avenidas das nossas cidades. Estaremos a "superficializar" a vida?
Porquê o triunfo irresistível da "mcdonaldização"? Que características tem? Remeto-me para a obra de George Ritzer, da qual me servi para intitular estas linhas. Em primeiro lugar, McDonald oferece eficácia. Em poucos minutos, passamos de um estado de necessidade a outro de satisfação. Sucederá, igualmente, com o sexo, com a mudança de óleo, a graduação dos óculos, o emagrecimento ou a declaração de rendimentos. Numa sociedade que marcha a um ritmo acelerado, a rapidez na satisfação das necessidades converte-se em algo muito atractivo. Numa sociedade tão dinâmica, na qual nos achamos em movimento contínuo, em que pegamos no carro para percorrer 300 metros, a eficácia da comida rápida, sem por vezes se sair do carro (como acontece nos drive-in e nos drive-through), tem um