Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
Análise dos pressupostos
2.1 Primeira reflexão: "Não desista, pois água mole em pedra dura, tanto bate até que fura."
A metáfora nos ensina que a água vence a rocha porque é mais rígida que esta em sua essência. Se evaporar, voltará à sua forma líquida com o tempo. Já a rocha que se fragmenta vira areia e assim se eterniza. A água não é mole, é maleável, adapta-se ao continente, mas deixa sempre clara sua pressão e sua força. É possível aprisioná-la, mas não domá- la, pois trata de ocupar todo o espaço que lhe é dado. Diferente do sólido, que se contém em si mesmo e que pode quebrar-se, mantendo a identidade da molécula, mas perdendo a identidade da forma, irrecuperavelmente. A pedra desiste, a água persiste. O filósofo alemão Nietzsche disse que “quem tem por que viver aguenta quase todo como”. A sabedoria contida nessa curta frase é imensa. A paciência com a situação atual e a persistência sustentada por uma ideia têm compromisso com o futuro, que se deseja melhor. Continuar persistindo sem sucumbir às dificuldades e buscar forças em reservatórios que pareciam vazios, depende do compromisso com o objetivo, e este está sempre deslocado no tempo. Não está no aqui e no agora. Está no amanhã, em algum lugar. E é nessa combinação que reside a diferença entre os que persistem e se aquietam diante do insucesso momentâneo e os que se impacientam e se desesperam.
Paciência e persistência são atributos raros, especialmente quando combinados. A boa notícia é que eles podem ser aprendidos, e há bons mestres nessa matéria. O primeiro mestre é a experiência própria. O segundo é a história, presente nos livros, nos companheiros mais velhos, nos pais, nos conselheiros. A história de quem já viveu, já experimentou e por isso pode contar o sabor da vida, que de amarga pode se tornar doce quando a perseverança vence a indolência e a desesperança.
2.2 Segunda reflexão: "A água age sobre a pedra ou a pedra age