A mcdonaldização da educação
O ensaio que ora se apresenta pretende ser uma (auto-)análise do que é ser hoje professor. O acriticismo dominante nestes «tempos malditos» obriga-nos a um constante exercício de crítica sob pena de uma «funcionalização» docente que a lógica organizacional, estadual ou não, tende sempre a gerar. Daí a razão de ser para a escolha de uma temática como a McDonaldização da sociedade e das organizações escolares.
As abordagens e estudos no campo educativo têm oscilado entre a produção de obras profundamente herméticas, e enfaticamente discursivas, cujo sentido é pouco mais que inócuo por défice de realismo, e a escrita de outros textos abaixo da «linha da água», que o mesmo é dizer, imersos na realidade quotidiana e que dificilmente conseguem lançar uma visão crítica e construtiva sobre aquilo que pretendem investigar. Se a isto somarmos o pretensiosismo e arrogância científica que pretende converter tudo o que seja reflexão teórica, por vezes sob a roupagem de uma pseudo-metodologia científica, fica-se com uma ideia aproximada do que se vai passando em Portugal no âmbito das auto-proclamadas Ciências da Educação.
O caminho que adoptámos, e que pretendemos seguir, tem a ver com uma saudável postura crítica capaz de produzir textos teóricos estimulantes para uma reflexão dos interessados em matéria de educação. Tratar-se-á sempre de textos inconclusivos e em elaboração contínua. A educação não se reconduzindo definitivamente a uma qualquer ciência (no singular ou em pluralidade disciplinar) requer e exige uma reflexão teórica permanente.
O presente texto mais não é que um modesto contributo no sentido deste questionamento incessante a que a educação deve estar sujeita. Estamos cientes que os meios utilizados nem sempre estiveram à altura dos nossos propósitos. Como quer que seja a sensação é a do dever cumprido.
A primeira rubrica debruça-se sobre o fenómeno da McDonaldização das sociedades contemporâneas utilizando a linguagem e a grelha de análise