maxismo
Mas é a uma segunda e mais restrita perspectiva — a dos autores e obras que se propõem a seguir a metodologia e/ou a pauta de reflexões do marxismo — que a análise feita no presente artigo se dirige. Nesse terreno, e a despeito da existência de opiniões ponderáveis em contrário (Konder, 1991; Mantega, 1995), é possível sustentar que a economia política marxista não exerceu um impacto decisivo no pensamento econômico brasileiro (2). O caso foi bem outro: com raras exceções, a obra dos economistas assumidamente marxistas permaneceu imersa no caudal do desenvolvimentismo, raramente se distinguindo e/ou estabelecendo argumentos originais. Estudar as razões dessa falta de identidade e pontuar as raras exceções relevantes, ou seja, identificar sinais de vida no marxismo econômico brasileiro, constitui o objetivo do autor neste trabalho.
Em seu monumental estudo sobre o pensamento econômico brasileiro no ciclo do desenvolvimentismo, Bielschowsky (1988) chamou atenção para a dependência dos economistas socialistas às vicissitudes e aos vaivéns políticos das correntes de esquerda. Posição semelhante foi adotada por Mantega (1987), que propôs até mesmo uma tipologia dos economistas marxistas brasileiros com base na filiação às grandes correntes políticas do marxismo internacional.
As observações destes dois autores apenas confirmam o fato de que, por ser uma doutrina