Maxismo e linguagem
O primeiro capítulo “Indica o lugar dos problemas da filosofia da linguagem dentro do conjunto da visão marxista do mundo”. Para chegar ao seu objetivo, o autor afirma que tudo o que é ideológico é um signo, e sem estes não existiria ideologia. Essa é a frase fulcral da abordagem do autor no primeiro capítulo. O signo, por sua vez, possui duas realidades, aquela que existe por si mesmo, e outra simbólica, aquela que reflete e refrata uma determinada realidade e que nem sempre é fiel a ela, por vezes pode distorcê-la ou aprendê-la de um ponto de vista específico (papel da ideologia).
Bakhtin aduz que os signos – no caso aqui abordado, palavra, fala, língua, texto – só pode surgir em um terreno interindividual, ou seja, é necessária a existência de sujeitos que estejam socialmente organizados, constituindo, portanto, um grupo. Os signos são o alimento da consciência individual, ele a entende – a consciência – como um fato sócio ideológico. A lógica da consciência é a lógica da comunicação ideológica. Para o autor, o signo e a ideologia são englobados por um conceito fundamental: O discurso. Todo signo cultural quando compreendido e dotado de um sentido, não permanece isolado, ele vira parte da unidade da consciência verbalmente constituída.
Os domínios dos signos correspondem aos domínios do ideológico e, portanto, onde se encontra o signo, encontra-se o ideológico. Conforme Bakhtin “tudo que é ideológico possui um valor semiótico.”