Matheus
Cultura, civilização e seu relacionamento: Em seu livro intitulado “Introdução à Sociologia”, Bottomore começa a analisar civilização e cultura de acordo com os conceitos apresentados pelo dicionário Oxford English Dictionary: civilizar seria “retirar do estado de barbárie, instruir nas artes da vida, esclarecer e refinar”, e os europeus teriam o dever de “civilizar o rude e impolido mundo”. Cultura aparece como “o preparo e refinamento da mente, dos gostos e maneiras: a condição de ser assim preparado e refinado; o lado intelectual da civilização”. Pode-se perceber, a partir da conceituação, que os conceitos de cultura e civilização estiveram relacionados desde o início dos estudos que os abordavam, apesar de estarem obviamente ligados à condição de refinamento ou esclarecimento de uma pequena elite social. Desde a antiguidade os homens tentam definir as razões da diferenças do comportamento humano, porém, só atualmente essas divergências vêm sendo explicadas dentro do âmbito cultural. Em épocas passadas, todo tipo de teorização para explicar os diferentes modos de agir humano se focavam para a valorização da cultura europeia em detrimento de outras culturas como, por exemplo, as encontradas nos trópicos. O determinismo biológico (atribui capacidades específicas a fatores biológicos e genéticos, sendo que a idéia de raça e etnia são determinantes na definição de certos traços em grupos humanos) e o determinismo geográfico (diferenças no ambiente físico condicionam a diversidade cultural) são expoentes importantes dessa tendência etnocentrista. Essas teorias são derrubadas, no entanto, na medida em que vemos mulheres como chefes de família em algumas culturas africanas, bem como gênios que provém de outros lugares senão que da Europa e as notáveis diferenças entre os lapões e os esquimós, os quais vivem em ambientes muito semelhantes – os lapões habitam o norte da Europa e os esquimós o norte da América: Os esquimós constroem os iglus