Materialidade e Imaginação Criativa
FAYGA OSTROWER
CAPÍTULO 2: MATERIALIDADE E IMAGINAÇÃO CRIATIVA
“O homem elabora o seu potencial criador através do trabalho. É uma experiência vital. Nela o homem encontra sua humanidade ao realizar tarefas essenciais à vida humana e essencialmente humanas. A criação se desdobra no trabalho porquanto este traz em si a necessidade que gera as possíveis soluções criativas.”
2.1. Imaginação Específica Em todas as formas onde o homem age ou utiliza de seus pensamentos (artes, ciência, tecnologias, cotidiano, ou seja, em todos seus comportamentos produtivos e atuantes) podemos estabelecer a origem comum destes processos criativos em uma só sensibilidade. Estes princípios ordenadores que regem o fazer e o pensar são análogos, porém o fazer concreto tem particularidades distintas, uma vez que vai depender das propostas materiais que serão utilizadas em cada campo de trabalho. Cada materialidade quando suprimida a uma ação contém certas possibilidades e impossibilidades de ação. O que for tido como limitador também deve ser pensado como orientador, pois dentro de suas delimitações surgem as sugestões de como prosseguir com o trabalho, mesmo que para isto seja necessário a ampliação deste em direções novas. Toma-se como imaginação específica a imaginação criativa vinculada a especificidade de uma matéria, sendo configurada de forma adequada e viável ao caráter da mesma.
“Um pensar específico sobre um fazer concreto.” Lembrando que não se pode ver o “concreto” como algo limitado, menos imaginativo ou não criativo, pelo contrário, o pensar só se torna imaginativo através da concretização de uma matéria. Sem vincular algo a ser transformado a única referência seria o próprio indivíduo, se tornando um pensar voltado unicamente a si mesmo, descompromissado, sem rumo e sem finalidade.
2.2. Materialidade, linguagem O termo materialidade é utilizado ao invés de matéria por abranger não somente uma