Materiais Rupteis e Ducteis
Anderson Moraes (Petrobras/Cenpes) Fundamental para se trabalhar com os conceitos de rochas rúpteis e dúcteis são o fator tempo (i.e. taxa de deformação) e a escala considerada. Claramente, as taxas de deformação impostas condicionam a resposta mecânica das rochas e suas rigidez relativas e mesmo o nível de localização da deformação, isto é, se distribuída ou localizada. Ainda, a escala considerada torna-se importante pois sem dúvida a presença de descontinuidades bem caracterizadas ou não podem se dar em determinada escala e não em outra, seja menor ou maior. Como se devem encaixar os conceitos de rúptil e dúctil no contexto dos comportamentos reológicos elementares? Erro comumente encontrado é relacionar-se o comportamento rúptil com o regime elástico. Claramente, uma reologia elástica não pode contemplar o comportamento rúptil satisfatoriamente em função de, por definição, essa reologia não poder incorporar falhas e fraturas e não se aplicar a grandes deformações. A priori, em geologia estrutural, associa-se geralmente o regime dúctil com o comportamentos reológico plástico e o fluxo rúptil com o falhamento geológico que discretiza planos de ruptura melhor caracterizados geometricamente, ou seja, as zonas de falhas. Entretanto, pensando-se em um modelo para se estudar o comportamento das rochas na crosta no tempo geológico é coerente estudar-se o comportamento rúptil como plástico friccional e o comportamento dúctil como viscoso. Melhor ainda, a rigor, os conceitos de rúptil e dúctil dependem das taxas de deformação impostas às rochas. Genericamente, uma reologia elastoplástica é plenamente satisfatória para modelos que visem contemplar a resposta de rochas rúpteis frente a altas taxas de deformação. Quando da imposição de taxas de deformação baixas, as rochas dúcteis devem ser modeladas por critérios viscosos. Embora possa parecer estranho à primeira vista, o comportamento plástico (ou melhor ainda o elastoplástico) pode ser