materiai de construcao
Celso Alexandre Souza de Alvear, Alan Tygel, Sidney Lianza
PAPESCA/SOLTEC- Diagnóstico Participativo
Introdução
O termo Tecnologia, quando usado nos meios de comunicação, em geral se remete a idias positivas. Seja em relação a satélites, automóveis ou, mais comumente, aos aparelhos eletrônicos de última geração, a alta tecnologia nos traz uma sensação de conforto, de melhora do bem-estar para a raça humana.
Da mesma maneira, as engenharias vivem um momento de grande valorização por parte da sociedade, sendo muitas vezes colocadas como solução para levar o Brasil a um patamar de país desenvolvido. Os jornais citam a falta de engenheiros no Brasil, e o caso dos tigres asiáticos, como se a solução para eliminar a pobreza no país fosse a simples formação de um maior número de engenheiros.
As duas idealizações, da Tecnologia e da Engenharia, partem da premissa de que investimentos em Ciência e Tecnologia (C&T) geram crescimento econômico, que por sua vez resulta em maior bem estar para a população, e portanto melhoras para a sociedade.
Nesse artigo, refletiremos sobre como as C&T, apesar da propaganda, não são neutras, e em grande parte, foram desenvolvidas para uma lógica que amplia as desigualdades sociais e destrói o meio ambiente. O crescimento econômico gerado pelas C&T não se reflete em melhoras sociais. Em um país subdesenvolvido, essa relação fica ainda mais evidente, já que a C&T está orientada apenas para uma pequena parcela da população: a que pode pagar por seu desenvolvimento.
Desta forma, no âmbito da extensão universitária brasileira, refletiremos sobre uma engenharia diferente, que seja voltada para toda a sociedade. Criticaremos o mito da neutralidade da tecnologia, e apresentaremos o conceito das Tecnologias Sociais (TS), que buscam uma forma de produzir tecnologia voltada para um desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente