Matematica
Publicado em 21/03/2011 por Isabel Maia Jácome
Esteve um céu azul, luminoso e transparente. A temperatura retomou o afago ameno. E o sol já se faz sentir com algum fulgor…
…as árvores, essas que vejo do alto da colina vestem-se de acordo com o seu próprio tempo.
Umas, ainda nuas, contrastam com a explosão contundente das imensas flores que parecem brotar todos os dias noutras ramagens. Suavizam-se algumas, progressivamente vestidas de um verde novo…
Queria falar-vos hoje, deste local especial… o local da minha história. Da história que pode ser de cada um de nós, no segredo do “Era uma vez…”
E foi assim que hoje dei comigo a olhar uma colina e um vale… estavam verdes. Muito verdes. Ondulados de ervas viçosas e brilhantes, salpicados dessas árvores mágicas e belas, cada uma à sua maneira. Era um espectáculo digno de se ver.
Gulosa, sentia-me a querer absorver a força de toda aquela explosão de cor.
Algumas dessas árvores, como previa neste dia de equinócio, estão pejadas de flores.
Brancas, rosa, amarelas, efervescentes, luminosas, apelativas, espreguiçam-se sem pudor a preencher as copas, ou a salpicar o chão e a dar guarida algures, em alguma delas, a um duende esquivo e simpático, meu amigo e amigo também de quem ainda gosta de árvores e de colinas, de vales e de histórias… de quem ainda gosta de segredos, guardados na contemplação e na alma.
Mansa a paisagem, nesse vestir-se de verde e de flores, faz-me apelos em sussurro.
Visto então o meu vestido de algodão sem mangas, largo e solto. O que guardo todos os anos para esta ocasião. E entro na história por contar. Invento uma “Alice” sem coelho que escuta duendes e mais aqueles a quem os duendes falam de quando em vez.
Sopra uma brisa ténue e leve. O vestido cola-se-me ao corpo. Toque suave e doce. Carícia ténue que se sente, sem se pedir.
Fico leve e corro, como criança, a sentir o acolchoado verde debaixo dos pés.
As ervas estão húmidas e frescas. Exalam um aroma que se