MATEMATICA- CURRICULO BASICO DA AMOP
1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Ao fundamentarmos histórica e metodologicamente, a área de Matemática, com base no método do materialismo dialético, várias foram as dificuldades encontradas. Uma delas foi a escassez de autores que tivessem produzido materiais nessa perspectiva. Partimos do que existia, mas isso, em geral, limitava-se ao construtivismo ou a tendências que aproximavam a matemática do contexto sociocultural, sem contribuir com sua apreensão à totalidade, explicitando seu movimento e as contradições que a marcam. Porém, entendemos que o novo nasce da superação do velho e isso nos dá certa tranquilidade para prosseguir. Não se trata, então, do ecletismo tão presente em algumas propostas. Perseguimos, com seriedade, mas com limites, a construção da Matemática na perspectiva do método proposto. Essa perspectiva não é novidade. Temos como ponto de partida o Currículo Básico da Escola Pública do Estado do Paraná que representou, na década de 1980, a coragem e a ousadia de um grupo que se propôs a estruturar uma proposta materialista dialética. Apesar de terem se passado quase vinte anos, não se avançou muito nessa perspectiva. Retomar os pressupostos daquela proposta representa ratificá-los e aprofundá-los para, mais uma vez, tentar impulsionar a prática sustentada nos mesmos.
A análise da história da construção dos conhecimentos matemáticos nos fornece elementos para compreender que a matemática foi/é elaborada pelos homens ao longo da história da humanidade e se desenvolveu respondendo às necessidades humanas, sustentando-se na materialidade das relações humanas, ou seja, é resultado da interação do homem com a natureza e dos homens entre si, ao tentar compreendê-la e nela intervir. No início, o homem vivia em pequenos grupos, morando em grutas e cavernas. Para registrar os animais mortos numa caçada, eles se limitavam a fazer marcas em objetos como varas, pedras e ossos. Nessa época, o homem se alimentava daquilo que a natureza