Mata atlantica diario de bordo
Pesquisadores percorrem a Mata Atlântica e analisam danos ao bioma
Franceses e brasileiros refazem percurso que botânico fez no século 19.
Danos à vegetação são grandes e antigos, analisam os estudiosos.
Da France Presse
Imagem aérea mostra a rodovia cortando a reserva de Mata Atlântica (Foto: Leonardo Merçon/ Últimos Refúgios) saiba mais
Confira o resultado do projeto
Um grupo de botânicos brasileiros e franceses acaba de refazer uma expedição feita do século 19 pelo botânico e explorador francês Auguste de Saint-Hilaire para saber quantas espécies vegetais desapareceram da Mata Atlântica, no litoral do Brasil.
"A ideia é comparar a flora antiga e a atual para analisar o impacto da atividade humana", declarou o francês Marc Pignal, do Museu de História Natural de Paris e um dos coordenadores do projeto apresentado nesta terça-feira em São Paulo.
"Não temos a necessidade de fazer uma expedição para provar o quanto a paisagem mudou, mas o objetivo deste projeto é estabelecer um método para saber como ocorreu essa perda de diversidade" das plantas, explicou.
Durante duas semanas, cinco botânicos e pesquisadores refizeram o périplo que Auguste de Saint-Hilaire realizou na região de São Paulo entre 1819 e 1822, recolhendo milhares de plantas e frutas para seu herbário conservado na França.
Pignal explicou que há 200 anos a atividade agrícola já havia provocado estragos na floresta nativa, com as plantações de cana de açúcar e a pecuária. Mas segundo ele, a situação hoje é muito pior.
"O que aconteceu no Brasil também ocorreu em outras regiões do mundo, como Madagascar, mas no caso do Brasil nós temos a sorte de contar com um material histórico, cadernos, imagens digitais e livros para fazermos uma comparação muito mais precisa", afirmou Pignal.
O projeto é financiado pelo estado de São Paulo e a região francesa de Ile-de-France com um orçamento inicial de 125.000 euros. Uma segunda viagem está prevista