Marxismo e Annales
Antagônicos ou “Diferenciados”? - RESENHA -
Com tantos marxismos por ai e uma annales sem nenhum caráter homogêneo, localizar essas escolas no seio de uma macro visão histórica não é uma tarefa simples. O marxismo iluminista e teológico que crê na utopia comunista, integrado ao projeto da modernidade, vai perder, no século XX, espaço para um marxismo das ciências sociais, ou seja, não utópico, não ético que visa conhecer as etapas da produção capitalista. Desse modo o ideal revolucionário cede lugar e se submete à elaboração conceitual e a analise objetiva do modo de produção capitalista.
Quanto aos Annales, suas três gerações são diferentes, os annales são fundamentados na oposição ao tempo iluminista, pois eles defendem a mudança gradual e controlável, sua história não é teleológica. Ficando assim com uma produção de prognósticos racionais e limitados sobre um futuro indeterminado. A certo ponto freando a história, temendo o futuro desconhecido, do que acelera lá a um futuro pretensamente conhecido pelos moldes da razão e projeto social iluminista. Os Annales não possuem uma percepção progressista continuísta da história, recusando as ideias de progresso e em grande parte de revolução.
Por não pensarem em mudança, luta e revolução, os Annales são considerados pelos marxistas como reacionários, como correspondentes de uma história que interessaria ao capital e a dominação. Por fim, em função de uma diferença teórica metodológica, encontramos um conflito entre os Annales e os Marxistas mais ortodoxos, que acabam se transformando em disputas por “paixão ideológica”.
Complementares? Quais pontos que aproximam as duas escolas e minimizam as divergências, defendendo uma colaboração na pesquisa histórica?
Ambos reconhecem a necessidades de uma síntese global, reconhecem que a consciência não coincide com a realidade social, respeitam as especificidades históricas de cada período e sociedade, propõem