marx
Meu encontro com Marx e Freud
(“Beyond the chains of illusion: My encounter with Marx and
Freud [ publicado em 1962 por Simon and Schuster, Nova
York). (Edição brasileira 1979 – Zahar Editores, Rio de
Janeiro). (Marx: 5/5/1818 – 14-3-1883)
Cap.III– O conceito do homem e sua natureza
A uniformidade biológica significaria uniformidade de condição? Poderia ser afirmada uma “essência” (ou invariável) humana sem cair no reducionismo organicista?
As tradições budista e judaico-cristã, por vias diferentes, sustentam a idéia de “essência”.
A discussão sobre a existência (ou não) de uma natureza humana opõe novamente os defensores do par
epistemológico inato/adquirido e é interessante notar que a psicanálise seguirá a tradição religioso-filosófica, mais do que a linha de abordagem das ciências humanas, orientadas pela perspectiva histórica e ligadas à concepção do papel determinante da cultura sobre o ser humano.
As ciências humanas criticam as concepções filosóficoreligiosas que suporiam a existência de uma “essência” humana, implicando pré-determinação e ausência da possibilidade de transformação.
Baruch (Bento) Spinoza (1632/1677), argumenta que, sob as mais diversas manifestações culturais e transformações sociais, o ser humano e uno e pode ser descrito mediante as mesmas concepções.
Já a sociologia e a psicologia (ou determinadas correntes da psicologia) enfatizam (a primeira) ou pelo menos concedem um certo papel (no caso da segunda) à cultura. Certamente as velozes alterações provocadas pelo avanço da tecnologia e seu efeito sobre o comportamento social e individual parecem explicar a razão da notável importância concedida ao fator cultural.
Em Marx encontra-se uma abordagem singular: ele parece admitir que o ser humano seja caracterizado por uma
“essência”, mas esta é descrita através do conceito de auto-transformação através da história.
A transformação, na ótica marxista, é social, gerada