MArx e Tocqueville
1- O conceito de forças produtivas, em Marx, trata da relação homem/natureza: refere-se aos modos de transformação da natureza e produção de bens materiais – incluindo aí tecnologias, técnicas, instrumentos e matérias-primas, além dos conhecimentos, habilidades e modos de cooperação utilizados na produção. Tal conceito é interdependente ao de relações de produção. Este, por sua vez, trata da relação homem/homem, expressa as formas como os homens se organizam entre si para produzir, bem como as formas de distribuição dos meios de produção e do produto na sociedade, e está intimamente relacionado, nas sociedades de classe, às relações de propriedade – sendo as relações de produção, portanto, relações entre classes sociais, de acordo com o conceito de divisão social do trabalho. Tal divisão, portanto, exprime os modos de segmentação da sociedade; ela diz respeito aos diferentes grupos sociais – com distintas tarefas e porções do produto social – e suas posições desiguais em relação ao controle e à propriedade dos meios de produção, correspondendo à estrutura de classes da sociedade. A partir do conjunto das supracitadas forças produtivas e relações de produção é formada a infraestrutura ou base econômica da sociedade, que, por sua vez, dá origem à superestrutura.
2- A superestrutura de uma sociedade se constitui das instituições jurídicas (o sistema legal), políticas (o Estado) e ideológicas (a religião, a moral, as artes etc.). Ela é determinada pela infraestrutura da época e, por conseguinte, expressa o pensamento da respectiva classe dominante – servindo, assim, como mecanismo de reforço da própria dominação econômica.
3- De acordo com Marx, as classes sociais, longe de terem um caráter natural, formam-se a partir do surgimento de um excedente da produção na sociedade, permitindo a divisão social do trabalho e a apropriação privada das condições de produção – o que cria, basicamente, um modelo dicotômico de proprietários e não-proprietários, ou