Marx e Engels
Foi há exatamente l50 anos, num 20 de fevereiro. O pequeno livro, em alemão, teve uma tiragem inicial de apenas mil exemplares, mas sacudiu consciências com seu conhecidíssimo refrão final: " proletários de todos os países, uni-vos!". Os unidos da Liga Comunista deveriam ser os trabalhadores das indústrias do século passado, que compunham uma das mais numerosas e espoliadas alas daquele desfile social. Para os conservadores de todo o tipo, o comunismo era um "fantasma", um "espectro que rondava a Europa". No Manifesto de tantas alegorias, a nobreza decadente, agarrando-se como podia ao que lhe restava de poder, formava a parte mais retrógrada. A burguesia até que merecia destaque, tal sua capacidade de mudar o mundo, transnacionalizando mercados, universalizando literaturas, derrubando fronteiras, implantando novas técnicas de produção, transportes e comunicação. A burguesia era um luxo só: "criou maravilhas maiores que as pirâmides do Egito, os aquedutos romanos, as catedrais góticas". Mas, "como um feiticeiro que não controla mais as forças que desencadeou (...) produz o seu próprio coveiro: o proletariado". A ala dos barões famintos de absolutismo monárquico e dos napoleões retintos da fuligem das fábricas, que sujava os seus ternos de casimira inglesa, tinha seguidores: a classe média de pequenos proprietários rurais e artesãos e a "escória das camadas mais baixas da sociedade", o lumpezinato. Na evolução da revolução, a tendência desses setores, segundo Marx e Engels, era de se aliar à reação, ao conservadorismo. Fossem eles camponeses aferrados a valores tradicionais, fossem mendigos, desempregados, os marginalizados das cidades.
No quesito empolgação o