Mario Quintana - uma breve análise
♦ Quintana, o poeta
Falar sobre Mario Quintana não é e nunca será fácil. Passa-nos inclusive uma sensação de “ousadia” quando nos propomos a tal. Mas, ao mesmo tempo, é inspirador falar sobre este inimitável poeta. Então, ficamos, assim, entre a ousadia e a inspiração, entre a tietagem e o acadêmico.
Quintana é um daqueles raros autores a quem podemos atribuir a arte da poesia como um dom natural, de fluência espontânea e que se sobressai à teoria — é o pensar poético. Assim, é pulsante a nossa incitação em pensar que, muito antes de ser humano e homem, Mario Quintana foi poeta. E é o que encontramos em suas obras, sempre envoltas numa beleza poética carregada de simplicidade visual, mas de complexa cognição em torno das idéias.
A proposta deste trabalho, que traz como título “Mario Quintana – uma breve análise” é, em uma primeira seção, expor um pouco da vida do autor, não se detendo longamente a esse intuito. Em sua segunda seção, apresenta uma análise breve da obra de Quintana, buscando destacar um pouco da sua temática como poeta.
♦ Mario por ele mesmo
É muito válida e interessante uma reflexão acerca do que Quintana diz sobre si mesmo. Afinal, quem melhor para defini-lo que o grande poeta e escritor Mario Quintana?
Em sua resposta poética (sim, poética!) à reportagem da IstoÉ, ele diz “Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão”. É isso que buscamos ao longo desta análise, buscamos Quintana, buscamos a essência quintaniana. E ficaremos extremamente satisfeitos se conseguirmos alcançar pelo menos uma centelha de todo esse universo. Mario por ele mesmo
Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo,