Marina abramovic - o corpo como instrumento de arte
São muitas as vertentes direcionadas especificamente para a utilização do corpo na arte contemporânea, alguns historiadores apontam para o modo evolucionista no contexto da História da arte, em que a presença do corpo vai se afirmando no decorrer do tempo em detrimento da representação, tendo como consequência uma maior aproximação da arte com a realidade.
Esse projeto artístico tem, portanto, o objetivo de utilizar o corpo como tema principal de trabalho devido a expressividade e maleabilidade. Introdução
A violência da Segunda Guerra Mundial atribuiu ao homem uma notável capacidade de sobrevivência. Com a geração pós-guerra, novos questionamentos surgiram colocando em foco os limites e a resistência da mente e do próprio corpo; tendo como ato de transgressão a negação dos valores cristãos, a sociedade burguesa, buscando, acima de tudo, o entendimento da identidade e conquista da liberdade.
Com o inicio da vanguarda, artistas e intelectuais passaram a evidenciar em suas produções a utilização do corpo como foco de trabalho, inspirando o surgindo do acionismo vienense, a performance e a body-art.
Na década de 1960 a performance ou arte performática ( praticas nas quais os artistas usam seus corpos como meio de realizar ações, incorporando música e dança ) foi disseminada pelos artistas do grupo Fluxus e, muito especialmente, através das obras de Joseph Beuys (1921-1986), autor da performance que o fez caminhar por uma galeria de arte durante três horas, coberto de tinta dourada e carregando consigo uma lebre morta, insinuando um ser xamânico. A encenação de Beuys pretendia expressar ao público a necessidade de se compreender a arte tanto espiritual quando intelectual. Inspirados no interesse de Marcel Duchamp (1887-1968), o grupo Fluxus pretendia romper com a passividade do espectador com relação à obra de arte, transpondo a lacuna existente entre a arte moderna e a vida cotidiana.
No final da década de 1960, a arte performática passou a ser