Balkan Erotic Epic
A sexualidade como uma forma de comunicação com o divino retrata o filme produzido pela artista eslava Marina Abramovic no ano de 2006. A partir do resgate de arquivos datados dos séculos XVI ao XIX, a artista pioneira na performance utiliza a linguagem do vídeo para executar imageticamente o que até então estava apenas escrito, mostrando ao mundo como as antigas formas de organização social lidavam com a ideia de sexualidade e com as variadas ideias de fertilidade e fecundidade. Na época do seu lançamento, o filme “Balkan Erotic Epic” foi apresentado como instalação em galerias e museus de arte em todo mundo. Atualmente, ele pode ser encontrado em sites de vídeos como o youtube juntamente com outros vídeos eróticos e sob a advertência de ter sua exibição permitida apenas para maiores de 18 anos.
No presente artigo, proponho traçar uma descrição sobre as formas como era tratada a questão da sexualidade em sociedades mais remotas em diversos lugares do mundo como uma forma de contextualizar o que é apresentado no filme. Entre outras questões está a forma como os órgãos sexuais eram apresentados em imagens, esculturas e demais artefatos além de como eram as relacionamentos sexuais entre os indivíduos dessas sociedades. Partido da ideia de que um dos objetivos da artista é provocar uma reflexão sobre como a energia sexual era utilizada antigamente e como ela tem sido banalizada na sociedade contemporânea, proponho também verificar se seria possível uma ressignificação da sexualidade dentro dos novos comportamentos sexuais da contemporaneidade por meio da retomada de valores sexuais mais primitivos.
A ENERGIA DIVINA E CÓSMICA O filme “Balkan Erotic Epic” conta com uma série de 7 vídeos em que são encenadas antigas práticas eróticas oriundas da região dos balcãs. O significado da palavra épico no filme está bastante relacionado a tradição, visto que se trata de antigos costumes tradicionais da região no qual o erotismo está profundamente