MARIA SUBMISSA
NO BANHEIRO DE UM SHOPPING, DUAS MULHERES, UMA COM UM VESTIDO FLORIDO, MAIS DISCRETA, RETOCA O CONTORNO DOS OLHOS E A OUTRA COM SHORTS JEANS, BLUSA DECOTADA, RETOCA OS LÁBIOS VERMELHO CARMIM.
Maria 1 – Maria?
Maria 2 – Maria?
Maria 1 – Quanto tempo, hein?
Maria 2 – Abafa o caso, amiga! Senão a gente acaba entregando a idade.
Maria 1 – Já casou?
Maria 2 – Eu não! Quero isso pra mim, não! E você?
Maria 1 – Casei sim.
Maria 2 – Então me conta: É boa a vida de casada?
Maria 1 – Às vezes.
Maria 2 – Se é só às vezes, então separa logo, ué!
Maria 1 – Que separar o quê! Eu amo meu marido!
Maria 2 – Mas, você está dizendo que é só às vezes, ora!
Maria 1 – É que tem dia que não é bom!
Maria 2 – Não vai dizer que ele te bate? Te bate?
Maria 1 – Só quando eu estou errada.
Maria 2 – O quê?
Maria 1 – Agora já não tenho errado tanto.
Maria 2 – Eu não acredito!
Maria 1 – Mas ele tinha razão quando fazia isso.
Maria 2 – Para, Maria! Vamos agora denunciar esse escroto!
Maria 1 – Ei, não fala assim do meu marido. Você nem conhece ele.
Maria 2 – Mas, Maria, você não pode se submeter a isso!
Maria 1 – É como diz o ditado: Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher!
Maria 2 – Eu não acredito que estou ouvindo isso.
Maria 1 – Foi por dar ouvidos a esses pensamentos aí, que eu quase me separei do meu marido.
Maria 2 – Você já devia ter separada há anos! Apanhando, Maria?
Maria 1 – Agora ele já não tem batido mais.
Maria 2 – E por que você quase se separou do seu marido, hein?
Maria 1 – Descobri que ele me traiu.
Maria 2 – E você não fez nada?
Maria 1 – Eu quase me separei dele.
Maria 2 – Por que não se separou, Maria?
Maria 1 – Porque minha mãe é que estava certa.
Maria 2 – Traição não tem perdão, Maria!
Maria 1 – Mas a culpa não foi dele.
Maria 2 – Ãhn?
Maria 1 – Eu tinha acabado de ter neném, estava na quarentena, ele lá, cheio de necessidade. Tinha que resolver a necessidade com alguém. Resolveu com a