Margin call
“Margin Call: O Dia Antes do Fim” é uma experiência claustrofóbica sustentada por um elenco afinado. Escolhendo focar no ser humano (e nas emoções), ao invés de “jogar luz” nos aspectos burocráticos que conduziram ao colapso financeiro da trama, o roteiro consegue soar universal (atemporal). Não existem vilões ou heróis estereotipados, apenas personagens faustianos que seguem o lema: “aquele que nunca pecou pela ambição, que atire a primeira pedra”.
Difícil negar que sua verborragia funcionaria melhor em uma peça teatral, assim como fingir não perceber como a trama se alonga muito mais que o necessário, diluindo certos aspectos e tornando irregular o ritmo. O diretor e roteirista J.C. Chandor estreia demonstrando grande potencial, sem subestimar seu público, conduzindo com habilidade um elenco com nomes como: Kevin Spacey (excelente em cena), Jeremy Irons, Stanley Tucci e Demi Moore, que ajudam ao construir personagens críveis, fugindo das usuais caricaturas exibidas em filmes com temática similar (como a recente sequência de “Wall Street”).
A mensagem (nada sutil) que o filme passa é a de que o mundo capitalista está fadado ao fracasso, posto que somente o sucesso (destruindo os concorrentes) é digno de valor, em detrimento do trabalho suado, dos esforços. Neste medíocre mundo moderno, a jornada é irrelevante, apenas o destino importa! “Margin Call” é uma “tragédia grega” situada dentro de uma multinacional. A sociedade evoluiu?
O sabor da crise
Esta pequena jóia do cinema independente americano está sendo saudada pela crítica como o melhor filme sobre o mercado financeiro já feito pelo cinema americano. Não é um elogio qualquer, tão pouco uma supervalorização do que representa Margin call – o dia antes do fim (Margin call, EUA 2011). Ainda que classificá-lo como o melhor petardo hollywoodiano contra os destemperos de Wall Street carregue alguma ideologia. Isso posto, é fatídico que Margin call é um