Marcuse - A catástrofe da libertação
318 palavras
2 páginas
A catástrofe da libertação: Mais do que a liberdade como valor cultural e político, é o seu processo de reaquisição e manutenção (a libertação) que discorrerá o autor neste capitulo. Para este enfoque, parte criticamente da nova ideia de Razão do clássico Whitehead, para ponderar que na fase avançada da civilização industrial, a racionalidade científica, traduzida em poder político parece ser o fator decisivo no desenvolvimento das alternativas históricas. Daí a constatação de que a concepção de libertação se insere, contemporaneamente, como provável objeto da ciência, prossegue Marcuse descrevendo o decorrente confronto entre a ciência e a tarefa de se tornar política. Uma pretensa neutralidade há de ser, nessa linha de raciocínio, superada pela reorganização de consciência cientifica como consciência política, e, consequentemente pela transformação do empreendimento cientifico em empreendimento político. Mas, neutra ou engajada, a ciência é sempre um instrumento político? Outra questão levantada neste tópico se refere a uma proposta antítese entre paz e poder, e entre liberdade e poder. E, em função dela, as visões cristã e materialista sobre dominação, as semelhanças entre tecnologia e arte, a conquista da escassez da época contemporânea, as qualidades humanas no prospero estado que está em constante conflito, beligerante e do bem-estar social, a redução da população futura são temas opinativamente referidos. Prestes a encerrar o capitulo em questão, o autor contrapõe a libertação à socialização, em trecho que se torna essencial a sua transcrição: “Poderá uma sociedade incapaz de proteger a indevassabilidade individual até mesmo entre quatro paredes, alegar, de direito, que respeita o individuo e que é uma sociedade livre? Sem dúvida, uma sociedade livre é definida por mais que a autonomia privada, por mais realizações fundamentais. Não obstante, a ausência daquela vicia até as mais conspícuas instituições de liberdade econômica e política – ao negar