Marcio
INTERESCALARES: PROPOSTA ANALÍTICA PARA ESTUDOS
NA REDE URBANA
Márcio José Catelan1
Universidade Estadual Paulista
Resumo
A rede urbana, como resultado dos processos de urbanização e globalização, tornou-se não somente um padrão no qual as cidades estão conectadas, como também uma perspectiva analítica que nos permite evidenciar o quantitativo e o qualitativo nas relações interurbanas.
Diante desta condição atual, o paradigma da hierarquia urbana comumente e ainda necessário para entendermos a estruturação da trama de cidades, formada pelas decisões e interesses de ordem econômica e política, tornou-se, ao mesmo tempo, insuficiente para explicar a complexidade produzida a partir das interações espaciais interescalares. Este artigo, que resume o debate realizado em Catelan (2012), vem propor a leitura das articulações, por meio do conceito de Heterarquia Urbana, como complementação à estruturação da rede urbana.
Palavras-chave: Interações Espaciais Interescalar; Heterarquia Urbana; Rede
Urbana.
Grupo de estudo nº03
Reestruturação urbana, cidades médias e pequenas. Processos espaciais, agentes econômicos e escalas urbano-regionais.
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Email: mjcatelan@yahoo.com.br
www.simpurb2013.com.br
1. Introdução
Basta um primeiro levantamento no referencial teórico dedicado aos estudos da rede urbana e da análise dos papéis e das funções das cidades na rede para percebermos quão forte o paradigma da hierarquia urbana ainda aparece como caminho metodológico para entender a estruturação da trama de cidades. Sob essa abordagem, o “nível” é um dos recursos utilizados para qualificar a centralidade e a posição das cidades na rede, diferenciando-as segundo a abrangência das escalas geográficas.
Herança das teorias de cunho quantitativista, sobretudo da Teoria dos Lugares
Centrais, desenvolvida por Walter Christaller (1933, 1966)2, que organizou um conjunto metodológico para entender o sistema urbano, o padrão hierárquico ainda é o que