Mar Adentro
"A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nos enquanto vivemos".
Pablo Picasso
Mar adentro relata um caso verídico e muito complexo. O filme trata de um delicado tema da bioética, a eutanásia, que nos suscita a reflexão dobre o morrer com dignidade.
Toda a trama e as imagens despertam diferentes sensibilidades que levam ao questionamento de temas conflitantes, como o direito à vida e o direito à morte.
A história retrata a vida de Ramón Sampedro, que aos 26 anos, num mergulho em águas rasas, instalou-se para sempre em uma cama, entre quatro paredes de seu quarto de onde olha o mar, mas em plena atividade mental, busca autorização judicial para um suicídio assistido.
Esse é o drama em que a morte e vida digladiam-se o tempo todo e para nós, que queremos tanto viver, o espírito suicida de Ramón parece incompreensível.
Dono da vida, o ser humano deve ser também, dentro de determinadas circunstâncias e segundo certos limites, o dono da sua própria morte?
Os progressos da tecnociência facilitaram o envelhecimento prolongado e consequentemente doenças degenerativas. Além disso, criaram mais recursos para a sobrevida nos centros de tratamento intensivo. A morte, a grande inimiga da maioria dos homens é seguramente, a sua única certeza e razão da sua angustia- a angustia existencial. De todos os seres vivos, o homem é o único que sabe que vai morrer, só não tem certeza de como, quando ou onde.
Se a morte ocupa tantos estudiosos da medicina, psicologia, antropologia, filosofia e todas as religiões, na tentativa de encontrar explicações para um além da vida, o morrer continua sendo o momento doloroso e único para cada um.
EUTANÁSIA derivada do grego EU (bom) e THANATOS (morte) significa, vulgarmente, a boa morte, a morte calma, indolor e tranqüila. Já o suicídio assistido acontece quando uma pessoa solicita o auxilio de outra, nesse caso é preciso que o doente esteja consciente e manifeste explicitamente sua opção