Maquiavel
11Face à Itália de sua época, dividida, corrompida e às invasões externas, 12Maquiavel não tinha dúvidas: era necessário sua unificação e 13regeneração. Tais tarefas tornavam imprescindível o surgimento de um 14homem virtuoso capaz de fundar um Estado. Torna-se necessário um 15Príncipe. Então, Maquiavel escreve o livro para o Príncipe Lourenço de 16Médicis,de Florença, seu patrono, com a intenção de orientá-lo a 17conduzir um Estado estável. Isso é constatado logo na introdução de sua 18obra, porque na sociedade onde vivia, funcionava uma lógica hierárquica-19estamental:
20"... Desejando eu, portanto, apresentar-me a Vossa Magnificência com um 21testemunho de minha serventia, não encontrei, entre os meus pertences, algo que 22considere mais importante ou que estime mais quanto o conhecimento das ações dos 23grandes homens, adquirido por mim com uma longa experiência das coisas modernas 24e uma contínua lição das antigas; coisas as quais, tendo sido com grande cuidado 25longamente pensadas e examinadas, e agora a um pequeno volume reduzidas, mando 26à Vossa Magnificência. (...) Nem quero que seja considerada presunção se um homem 27de baixa e ínfima condição ousa regular e discorrer sobre o governo dos príncipes, 28porque, assim como aqueles que desenham as paisagens põem-se baixo, no plano, 29para