MAQUIAVEL
Sua predestinação era falar sobre o Estado, mas não o melhor Estado, e sim, aquele real, capaz de impor a ordem.
Rejeita a tradição idealista de Platão, Aristóteles e São Tomaz de Aquino. Seu ponto de partida e de chegada era a realidade concreta, donde vem a ênfase à verdade efetiva das coisas.
O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos. Formulando essa questão, provocou uma ruptura com o saber repetido pelos séculos, pondo fim a uma ordem natural e eterna.
Parte da reinterpretação da política, ao afirmar que a mesma é o resultado de feixes de forças provenientes das ações concretas dos homens em sociedade, ainda que nem todas a suas facetas venham do reino da racionalidade e sejam de imediato reconhecíveis. Seu pensamento de constante transmutação e fluxo, que determina seu curso pelo movimento da realidade, transforma-o num clássico da Política.
Sua armadilha era falar do poder que todos sentem, mas não conhecem. Apregoava que o mundo da política não leva ao céu, mas a sua ausência é o pior do inferno.
Porque a natureza é cíclica
No seu diálogo com os homens da antiguidade clássica e com a sua prática, ele concluiu que, por toda parte e em todos os tempos, pode-se observar a presença de traços humanos imutáveis. Daí afirmar a ingratidão e covardia do homem frente aos perigos. São estes atributos negativos que compõem a natureza humana e mostram que o conflito e a anarquia são os desdobramentos necessários dessas paixões e instintos malévolos.
Para ele a história é um desfile de fatos dos quais se deve extrair as causas e os meios utilizados para enfrentar o caos resultante da expressão da natureza humana. A história é cíclica, já que não há meios absolutos para “domesticar” a natureza humana. O que pode variar são os tempos de duração das formas de convívio entre os homens.
O poder político tem origem mundana e aparece como única