Maquiavel

Ciência Política – Professor: Wilton Bisi

Unidade I: A autonomia da política no pensamento de Nicolau Maquiavel
1) Algumas teses da Teologia Moderna Medieval:
1.1) Deus é o fundamento do poder político
Obs: Fundamento entendido como justificativa para existência de algo; ponto de vista de uma justificativa que vai assumir roupagem argumentativa.
Poder, para Maquiavel, envolve imposição de vontade. Poder é uma relação social na qual “A impõe a B” sua vontade, mesmo contra a vontade deste último (A e B podem ser grupos ou indivíduos). O poder pode se manifestar por diversas maneiras (estratégias, por exemplo, manutenção de poder pela “vis” econômica, ou poder religioso por exemplo).
O foco se dá no poder político, que tem como estratégia (o núcleo, a essência) via recursos bélicos, é uma das justificativas para garantir a validade do poder político. Portanto, o que garante o poder político ser o que é, é, justamente, meios de coerção, meios de violência física (na Teoria do Direito é a denominada Sanção).
O poder político é legítimo porque quem exerce está vocacionado, investido pelo poder divino de Deus, que se manifesta na terra por meio de uma instituição, qual seja, a Igreja, daí dizer que o governante pode ser o dono da POTESTAS (poder de fato, ligado ao poder bélico), mas não a AUCTORITAS (mando, autoridade, a justificativa era ser colocado por Deus no final). Faltava o reconhecimento do mando, que só seria considerado legítimo, portanto, via a coroação, e quem realizava o ato era a Igreja Católica, daí a cruz na coroa, agora o chefe seria o representante de Deus na terrra.

1.2) A comunidade é uma ordem natural e hierárquica; a justiça significa manter tal ordem
Na perspectiva medieval nós não vivemos em sociedade. A comunidade não reconhece vontade individual. Os seres se enquadram por um designo que é lhes conferido antes mesmo do nascimento.
A comunidade, na perspectiva do Medievo, a comunidade, é uma totalidade orgânica: pensa-se em um