Manografia
Data de publicação:
25/02/2011
Autor:
Lilian Milena
Professora de política asiática do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio e doutoranda em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Isabela Nogueira de Morais, fala do processo de distribuição de renda e pobreza da China, nos últimos trinta anos, desde que o país iniciou a modernização e abertura econômica de mercado, tema de seu estudo.
A pesquisadora, que viveu por oito meses no país estudando as diferenças entre as populações urbanas e rurais, aponta que as mudanças radicais na economia estão provocando o aumento da má distribuição de renda. “Hoje a China só perde para o Nepal, entre os países mais desiguais da Ásia e está entre os mais desiguais do mundo caminhando para um processo chamado lá dentro de latino americanização chinesa", disse em entrevista a Luis Nassif.
Segundo Morais, o país asiático passa por um intenso boom imobiliário, que cresce sobre a especulação de terras da população rural. O resultado é o aumento vertiginoso do número de ex-camponeses a procura de trabalho nos centros urbanos. No início da abertura econômica, na década de 1980, a população urbana chinesa era de 10%, hoje alcança 50%, com estimativas de chegar 75% da massa populacional vivendo nas cidades.
A professora também explica que apesar da flexibilização com relação à migração de zonas rurais para zonas urbana, o trabalhador urbano com um hukou (Registro de Controle Migratório) rural está numa situação muito precária, "tanto do ponto de vista de rendimentos, quando de acesso à educação, pois não pode colocar o filho dele nas escolas e nem pode acessar os serviços hospitalares da cidade onde não tem registro de nascimento”, isso facilita a queda de salários de trabalhadores migrantes, que geralmente vivem nos dormitórios das fábricas tornando-se o piso do piso salarial do mercado de trabalho chinês.
Apesar desse cenário, Isabela avalia