Manifesto Poesia Brasil
"Oswald de Andrade, numa viagem a Paris, do alto de um atelier da Face Clichê - umbigo do mundo - descobriu, deslumbrado, a sua própria terra. A volta à pátria confirmou, no encantamento das descobertas manuelinas, a revelação surpreendente de que o Brasil existia. Esse fato, de que alguns já desconfiavam, abriu seus olhos à visão radiosa de um mundo novo, inexplorado e misterioso. Estava criada a poesia ‘pau-brasil’." (Prefácio de Paulo Prado para o livro de poesias Pau-Brasil, de Oswald de Andrade)
Foi lançado no Correio da Manhã de São Paulo, em 18 de março de 1924 por Oswald de Andrade.
Criação de uma arte mais próxima do povo.
Linguagem natural contra a prática culta da vida, que representasse a forma como de fato nos expressamos.
"O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. (...) A riqueza dos bailes e das frases feitas.(...) Falar difícil."
“A língua sem arcaísmo, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.”
Arte compatível com o povo e com a cultura brasileira, proporcionando identificação com a obra.
Uma poesia nacionalista que expressasse nossas raízes primitivas e não a importação de modelos estrangeiros.
A união daquilo que é considerado antigo com o entendido como novo, do “ultrapassado” com o moderno.
Elementos da cultura brasileira, incluindo o Pau-Brasil, que intitulou o Manifesto e que foi a primeira riqueza brasileira a ser explorada.
"Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos astéticos (...) obuses de elevadores, cubos de arranha-céu e a sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amorosa. A saudade dos pajés e os campos de avaliação militar. Pau-Brasil."
Nova concepção diante da literatura brasileira, livre dos modelos pré-existentes, sem nenhuma fórmula pronta, isto é, ver com