MANIFESTAÇÕES 2013: AS RUAS E A MÍDIA
Andréia Regina dos Santos*
Leiliane Germano de Souza**
Profª Drª Érika Savernini***
RESUMO
As manifestações de junho de 2013 são um capítulo importante para a consolidação da democracia brasileira. Esses protestos foram impulsionados principalmente pelas novas mídias advindas da internet e marcados por uma intensa participação popular. Este trabalho vem contribuir para compreender a importância que foi dada às manifestações pelos veículos de comunicação no início das manifestações, tanto da mídia tradicional quanto das novas mídias. Nesse processo, foi utilizado o modelo de Agenda-setting que é uma das linhas investigatórias sobre os efeitos dos meios de comunicação nos receptores. A metodologia utilizada compreende a seleção de publicações referentes ao tema, tanto em revistas quanto em blogs que trataram do assunto especialmente nos primeiros protestos, o espaço reservado, os títulos, legendas, a angulação que deram ao tema e o discurso utilizado por essas publicações.
Palavras-chave: manifestações. protestos. mídia. revistas. blogs.
1. INTRODUÇÃO
Os protestos ocorridos em junho de 2013 deixaram sua marca na história nacional, ganharam apoio da sociedade civil e foram fortemente reprimidos pela polícia. Os manifestantes que saíram às ruas reivindicando seus direitos movimentaram a mídia e os centros de poder. Aqueles, que no início foram chamados de “baderneiros”, saíram do universo cibernético e chegaram às capas das grandes revistas do país.
A partir do contexto de insurgência das manifestações, algumas perguntas ficaram no ar: qual foi o papel da imprensa tradicional em meio à turbulência na qual o país esteve submerso? Acostumada a ter o poder de ditar as notícias que entram na agenda e que influenciam a sociedade, como agiu diante dessa situação? Ainda nesse contexto, qual foi o papel das novas mídias de comunicação? À mídia cabe o papel de manter a população, mas de que forma ela vem fazendo isso no Brasil?