MALÁRIA NO BRASIL
No Brasil, a existência da malária (febres terçãs e quartãs) é registrada de forma esporádica pelo menos desde 1587. A partir da década de 1870, com o início da exploração da borracha na Região Amazônica, torna-se um grande problema de Saúde Pública. A exploração da borracha atraiu dezenas de milhares de imigrantes provenientes do Nordeste, que foram sistematicamente dizimados pela malária. No Sudeste do país, na mesma época, a transmissão crescia acentuadamente na Baixada Fluminense e no Vale do Paraíba, uma vez que a abolição da escravatura, e o consequente colapso da aristocracia rural cafeeira, fez cessar os pequenos trabalhos de combate à malária, para os quais contribuía a mão de obra escrava. No entanto, no século vinte, a malária ocorria praticamente em todo o território brasileiro.
A CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DA MALÁRIA
A estratégia de erradicação da malária preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotada pelo Brasil a partir de 1965, baseada na ação intradomiciliar do diclorodifeniltricloroetano (DDT) contra os anofelinos transmissores e no uso de drogas antimaláricas para esgotamento das fontes de infecção (seres humanos parasitados pelos plasmódios), foi capaz de eliminar a malária de extensas áreas do território brasileiro (regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul) onde uma parcela significativa da nossa população vivia sob o risco de contrair a malária. Cerca de 40 milhões de brasileiros estiveram, nessas áreas, expostos a algum risco de contrair esta doença até 1979, quando tais áreas foram consideradas livres da transmissão autóctone de malária. É importante ressaltar que, além da presença do Anopheles (N) darlingi,principal vetor no país, havia, em todas as regiões citadas, uma predominância muito maior de outras espécies transmissoras de malária, tais como Anopheles (N) albitarsis, Anopheles (N) aquasalis, Anopheles (K) cruzii eAnopheles (K) bellator.
Para erradicar a malária, o governo brasileiro