MACUNAIMA
– Ai, que preguiça....
No ano de 1928 foi publicada uma das mais importantes obras da literatura nacional, Macunaíma – o herói sem nenhum caráter, de
Mário de Andrade.
Escrito em aproximadamente uma semana, no mês de dezembro de
1926, e revisado no ano seguinte, o livro nos conta as aventuras da personagem Macunaíma em busca da famosa pedra muiraquitã.
Influências e temas
Para escrever o livro, Mário de Andrade utilizou como matéria-prima seus aprofundados conhecimentos sobre o folclore brasileiro e a cultura indígena.
Uma das mais citadas influências que recebeu o autor foi a pesquisa etnográfica sobre as populações indígenas da América do Sul feita pelo alemão Koch-Grunberg.
Os relatos dessas pesquisas de campo foram utilizados por Mário de
Andrade para a composição de Macunaíma.
Um exemplo são as várias aventuras vividas pelo protagonista e seus irmãos que são inspiradas nos mitos transcritos pelo etnólogo alemão.
A utilização da temática indígena configura um projeto nacional da época de busca dos valores nativos brasileiros.
Outro elemento privilegiado por Mário de Andrade foi a aproximação entre o discurso literário e a linguagem oral, ou melhor, entre a linguagem literária e a fala cotidiana.
Construções de frases como “Já tinha muita gente lá”, “Porém jacaré abriu? Nem eles.” e “tou abrindo!” são típicas da fala, mas ao mesmo tempo são usadas largamente pelo autor. Assim, ao lado dos valores nacionais, há também uma busca e valorização da língua cotidiana falada no Brasil.
No período romântico esse tema também foi utilizado na literatura.
Um exemplo bastante conhecido é o do escritor José de Alencar, que para escrever Iracema utilizou a temática indígena e problematizou a questão da língua falada no Brasil.
Esses autores utilizaram fartamente o folclore linguístico brasileiro na tentativa de criar um meio de expressão nacional que servisse para a afirmação de uma identidade brasileira.
Foco narrativo
A obra de Mário de Andrade é narrada em