macroeconomia
I. INTRODUÇÃO
Uma das questões mais desconhecidas pela imprensa econômico-financeira no Brasil é o funcionamento dos mercados futuros e o que estes sinalizam quanto ao comportamento futuro de variáveis macroeconômicas como o juro e o câmbio. Por exemplo, ao analisar a alta dos futuros de juros e câmbio de final de abril e início de maio, a Gazeta Mercantil (5/5/97) reporta:
(...) Tome um swap prefixado de um ano, ou contrato de DI de um ano, a uma taxa projetada de 23,5%. Descasque os 11% do cupom cambial, até encontrar uma taxa de 11,26% ao ano de desvalorização cambial, descapitalize por 12, e vai encontrar uma taxa de câmbio (sic) de 0,89% ao mês. É um absurdo de taxa.
Dá para imaginar o governo fazer uma máxi-desvalorização de quase 37%, como está projetando o mercado futuro para julho (aliás, o único mês que deu negociação significativa na sexta). Nem o Delfim Netto, quando foi czar da economia brasileira sob a ditadura militar foi capaz de fazer maxi superior a
30% (e ele fez duas maxis de 30%).
Isso mostra que o mercado futuro está operando por seus próprios meios e modos. Não com base em qualquer fundamento econômico sério. (...)
Embora de forma confusa, o jornalista expressa uma incompreensão que é vista corriqueiramente na imprensa especializada. Ele parte do pressuposto que contratos futuros devam ser bons previsores (não tendenciosos) dos preços no futuro. Ou, no caso do dólar, e permitindo um trocadilho, que o dólar futuro preveja o dólar (à vista) no futuro. Esta idéia, embora aparentemente intuitiva, já foi há muitas décadas esclarecida, entre outros, por John M. Keynes e
John Hicks.
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II. A TEORIA DA DETERMINAÇÃO DO PREÇO DO DÓLAR FUTURO
II.1. O Preço Futuro e Expectativa do Preço no Futuro
Contratos futuros de US$ são contratos celebrados entre duas instituições financeiras nas quais a instituição compradora se obriga a comprar da instituição vendedora uma determinada quantidade de