Maconha
A legalização da maconha não é uma decisão aleatória e sem fundamento. As políticas de drogas tornam-se fracassadas, na medida, em que ousam distanciar-se da lógica para buscarem refúgios em opiniões subjetivas munidas muitas vezes de disfarces religiosos. Através da política diferenciada aplicada em países como a Holanda, é possível analisar os resultados positivos obtidos pela regulamentação do uso. A Teoria dos degraus, em sua fase distorcida, e constantemente utilizada por aqueles que são contra a legalização, expressando que a maconha é a porta de entrada para drogas piores, nada mais é, do que o aliciamento feito pelos traficantes para que o usuário consuma drogas cada vez mais pesadas. Sócrates arrancava as certezas vaidosas das pessoas, fazendo perguntas. A valorização da bondade e a moderação do apetite ajudam no processo de formação do conhecimento. É preciso aprender a identificar interesses individuais de interesses comunitários. Dizer não a legalização, não impede o tráfico e faz com que a sociedade continue caminhando no mesmo beco sem saída. A “cidade perfeita”, na visão de Platão, deveria possuir um modelo de educação mais rígido. Platão propõe o encontro da ética com a realidade através de uma grande reforma social. Um projeto de lei específico voltado para o assunto faria parte da reforma, educação que informasse, e não o contrário, também ajudaria no processo de transformação dos pensamentos estagnados. O primeiro e mais urgente passo que deve ser adotado, no Brasil, é o da descriminalização. A pessoa que consome maconha é estigmatizada e enxergada como cidadão de segunda classe. Não existindo quantias exatas que distingam usuário de traficante, na prática, o abismo já existente da luta de classes, tende a ser reforçado, outra vez, marginalizando os mais pobres (aonde está a bondade? Aonde está a ética somada a realidade?). A nova legislação é mais branda na punição para usuários, por