Machado de assis - releitura, do conto a cartomante
2445 palavras
10 páginas
“O tempo continua indo... Mas aqui dentro, as coisas estão iguais. Tenho pensado nas inúmeras formas de te falar, sem que o que eu diga esteja preso no que foi, ou que minha insegurança disperse aquele momento, ali.. (Quero que tudo aconteça naturalmente). Quando você chegar, vou comentar a saudade, beijar teu rosto de leve e sentir teu cheiro. E sem que a gente diga, a lembrança percorrerá sobre tudo o que trocamos a distância, (carinhos em noites de ausência). Só quero poder estar ao teu lado, sem que nada seja tão preciso. Mas se teu olhar sobre eu silenciar aqueles instantes o calor do teu desejo entender o meu, vou entregar um sorriso que é só teu. E ainda que nada mude. Mesmo que não seja o tempo, não desisto da certeza que tenho mantido: Você é meu complemento. Sempre. Será. Tem sido.” Essa era a maneira que a bela Rita se expressava para seu amado, Camillo. E o rapaz docemente lhe respondeu: Eu nunca vou te trocar por ninguém. E Rita logo retrucou: Não mesmo. Nem se passar a mulher mais linda, inteligente ao seu lado? E cada vez mais amável Camillo dizia: Mesmo assim, tem uma coisa que elas nunca vão ter... e Rita debochada, dispara: Claro seu carro do ano! ou seu apartamento na barra, e sorri, Camillo à olha carinhosamente pega em sua mão e responde: Não é uma coisa que só pertence a você ... Os dois trocam olhares e antes dela falar algo ele dá um sorriso de lado e á convence com uma palavra e a tal foi: É só seu, meu coração. Com um abraço e um longo beijo os dois amantes se despedem e Camillo e Rita voltam para a farsa de enganar Vilela.
Vilela e Camillo eram muito amigos trocavam muitas confidencias e moravam no mesmo apartamento, o aluguel no centro carioca estava cada vez mais caro, Enquanto Rita morava no subúrbio da cidade pegava uns três ônibus para chegar ao trabalho de doméstica, que era o seu sustento mais outros dois serviços que auxiliavam a pagar a faculdade.
Camilo e Rita se conheceram na faculdade e logo