Mach
(1863)
Ernst Mach (1838-1916)
Opiniões extraídas de sua primeira obra, Compêndio de Física para
Médicos (Compendium der Physik für Mediciner, Wilhelm
Braumüller, Viena, 1863). Não tivemos acesso à obra, mas utilizamos as citações e comentários de D’ELIA, A. (1971), Ernst
Mach, La Nuova Italia, Florença, pp. 3-16, e HEIDELBERGER, M.
(2004), Nature from Within: Gustav Theodor Fechner and his psychophysical worldview, trad. C. Klohr, U. Pittsburgh Press, pp.
154-64.
O jovem Mach.
Tradução para o português feita por Osvaldo Pessoa Jr., para o curso de Filosofia e História da Ciência Moderna (FLF0449), 1o semestre de 2012.
Deixo que a teoria atômica ocupe o palco central, não porque eu pense que ela seja a teoria final e melhor, sem precisar de apoio adicional, mas porque ela ordena as aparências em um contexto simples e claro. Permitam-me colocar da seguinte maneira: podemos pensar na teoria atômica como uma fórmula que já conseguiu algum sucesso e continuará a fazê-lo. De fato, quaisquer que sejam as visões metafísicas que no futuro tenhamos sobre a matéria, todas as descobertas que adquirimos através da teoria atômica serão traduzíveis nessas visões, da mesma maneira que as fórmulas descritas em coordenadas polares são expressáveis em termos de coordenadas paralelas (MACH,
1863, Prefácio, p. vi, apud HEIDELBERGER, 2004, p. 155).
Mach esquematiza o escopo e plano de sua obra da seguinte maneira: a) expor os métodos da investigação científica; b) tratar os princípios mais gerais da física moderna, em particular a “teoria atômica que constitui, por assim dizer, a conclusão filosófica da física”; c) estabelecer que, com grande probabilidade, todos os fenômenos físicos são determinados pelo equilíbrio e pelo movimento dos átomos e moléculas; d) examinar as aplicações mais imediatas da teoria mecânica no organismo vivo (D’ELIA, a partir de MACH, 1863, p. 3).
Esses quatro pontos são tratados do seguinte modo: