Lyssa
Inconformado com o fim do namoro com Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, Lindemberg, então com 22, fez reféns a jovem, a melhor amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva, e dois rapazes. Às 20h, o pai de um dos meninos, estranhando a demora do filho, bate à porta do apartamento em que Eloá morava e ouve Nayara dizer para ele se afastar. A polícia é acionada e cerca o local. No mesmo dia, os dois garotos são liberados, mas as amigas ficam sob a mira do revólver de Lindemberg. Do lado de fora, jornalistas, policiais e populares acompanham o sequestro.
No final da noite do dia seguinte, Nayara é libertada pelo sequestrador. A garota, em uma decisão criticada, voltaria na manhã do dia 15 ao cárcere, depois de já ter prestado depoimento à polícia, para negociar. Nayara só sairia de novo do local, ferida, no dia 17, com Eloá e Lindemberg. Às 18h08 daquela sexta-feira, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), em ação polêmica, invadem o apartamento. Tiros são disparados. Eloá e Nayara são atingidas: Eloá, na virilha e na cabeça, e a amiga, no rosto. Lindemberg, sem ferimentos, é detido e levado para o 6º DP. A ex-namorada morreria no dia seguinte, às 23h30.
A ação da polícia foi amplamente criticada por diversas pessoas, inclusive especialistas em segurança pública. Marcos do Val, instrutor de defesa pessoal do departamento de polícia de Beaumont no estado americano do Texas . De acordo com ele, a polícia ter permitido que o sequestro se alastrasse por mais de cem horas foi errado, pois "em uma situação passional como essa, quanto mais tempo leva, mais inconstante a pessoa fica". Ele também afirmou que a polícia ter permitido a volta de Nayara ao cativeiro foi o maior absurdo da operação. De acordo com ele, "em nenhum lugar do mundo já existiu uma situação dessas". Além disso, também apontou erros no socorro às vítimas e na invasão. Ariel de Castro Alves, secretário-geral do Conselho Estadual de Defesa dos