Luto e angustia

Luto e angústia: abarcando a posição existencial sobre esses conceitos

O luto é um acontecimento essencial ao ser humano, mas existe um certo "tabu" que envolve a própria palavra, onde as pessoas escolhem termos mais afáveis para falar da finitude do ser humano, até mesmo para buscar uma aceitação na concretude do fato. A angústia para o ser humano tem um tema bastante insolúvel, onde procuramos de toda forma disfarçar e não conseguimos encará-lo. Mas, como encarar o luto de um ente tão próximo?
Com as abordagens em psicologia, acredita-se que a fenomenologia-existencial transita pelo "tabu morte", permitindo ao sujeito se posicionar diante do fenômeno como um fato concretizado, próprio da condição humana. Mas, o luto e a angústia tem algo em comum, pois elas em primeiro lugar afetam o eu. O luto é um trabalho que acontece no eu, enquanto a angústia é um sinal do eu. O ser humano é dotado do sentimento de angústia, a negação ou a não aceitação desse sentimento pode ser revertida em sintomas, patologizando a negação do próprio eu. Quando temos a consciência da morte nos impulsionamos para a vida, pois não vivemos esperando o momento de morrer, então devemos intensamente aproveitar cada segundo que nos surge no aqui e agora.

“Morte é um caminho que sempre esteve na vida, nós recusamos reconhecer isto. Seria interessante considerarmos que a cada dia partimos e morremos mesmo em vida. A cada dia, nascemos para novas situações e, paradoxalmente, constatamos que somos seres para a morte. Porém, existem situações que não escolhemos, mas que precisa mos aceitar”. (FUKUMITSU, 2004, p.20).

Qualquer perda significativa é certamente dolorosa e todos os indivíduos estão sujeitos a ter essa experiência, pois a morte é a única certeza que qualquer ser vivo tem. Quem perde algo ou alguém, vive a tristeza da ausência e tem que se adaptar a uma nova realidade.
Abordar a morte do outro como uma situação de pena pode estar ligada ao confrontamento de: quem sou eu,