Ensinando a Viver trabalho sobre ado o

CEFAS - CENTRO DE FORMAÇÃO E
ASSISTÊNCIA À SAÚDE

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PSICANALÍTICAS SOBRE O PROCESSO PSIQUICO ENVOLVIDO NA ADOÇÃO
(RECORTES DO FILME ENSINANDO A VIVER)

EDILENE ARNOSTI
KATIA A. GORGA GUIDOLIM
LUCIANE DE TOLEDO PORTELLA MARIM
ROSIANE ALESSANDRA DE ALMEIDA
SHIRLEI FRANCISCO MARTIENA PEREZ

PIRACICABA
2013

FANTASIAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO DE ADOÇÃO – UMA VISÃO PSICANALÍTICA - ( Recortes do filme: Ensinando a viver) ADOÇÃO ENQUANTO FALTA

Nos últimos anos, vários psicanalistas, tanto em nosso país, quanto no exterior, têm teorizado a respeito da adoção. Segundo Levinson (2006), “A adoção pode ser definida como o estabelecimento de relações parentais entre pessoas que não estão ligadas por vínculos biológicos diretos. É uma forma de proporcionar uma família às crianças que não puderam ser criadas pelos pais que a geraram. Constitui-se também na possibilidade de ter e criar filhos para pais que não puderam tê-los biologicamente, ou que optaram por cuidar de uma criança com quem não possuíam ligação genética. Desse modo, as relações parentais que se formam na família adotiva baseiam-se mais especificamente nas intersecções afetivas que caracterizam os seus membros do que na continuidade biológica, que não existe nestes casos”.

O denominador comum entre o pensamento desses psicanalistas é o de que, como toda relação humana vincular, a adoção é regida por uma série de fantasias por parte de todos os envolvidos nesse processo. Fantasias essas, às vezes conscientes outras tantas vezes inconscientes, às vezes comuns a outros tipos de vínculos familiares, outras vezes, mais típicos do vínculo familiar adotivo.

Werner (2002) diz que “é no lugar de uma falta que surge a criança, seja esta adotiva ou de nascimento (...) o lugar que a criança é convocada a ocupar como filho então vai encontrar suas coordenadas simbólicas no terreno de um projeto estruturado regido pela falta enigmática que o desejo