Lutar pela igualdade ou pela diferença?
Durante muitos séculos as pessoas nasciam com uma marca bem definida na vida. A linhagem familiar, social e econômica não permitia nenhum tipo de mudança. O destino de cada um estava decidido antes mesmo do nascimento. Eram os tempos em que as diferenças eram muito grandes entre as pessoas, a ponto de até a alma ser considerada de cor diferente ou até mesmo inexistente em certos grupos sociais. O que decidia se uma pessoa era superior ou inferior era sua origem e isso pertencia a Deus. Portanto, se Deus quis assim, o conformismo e a submissão ao destino eram muito fortes.
Mas o bicho homem é muito desassossegado. Essa diferença enorme entre as classes, os grupos, os gêneros e os traços físicos começou a incomodar os mais valentes. Por volta do século XVII e XVIII a literatura, a música e alguns textos filosóficos apresentam essa inquietação. Porque as pessoas são tratadas de forma tão diferentes e têm condições de vida tão desiguais? A luta pela igualdade estava apenas começando.
Foram muitos e muitos episódios tristes e dramáticos até construirmos em 1948 a Carta Universal dos Direitos Humanos, que em seu princípio quer assegurar que todos tenham oportunidades iguais e sejam tratados com dignidade indiferente de sua origem familiar, religiosa, gênero, raça, etc.
Esse marco histórico trouxe muitos avanços para todos que lutam pela igualdade. Primeiro foram as mulheres, depois os negros, os velhos, as crianças e adolescentes, os deficientes físicos e mentais. Todos que se sentiam em situação de desigualdade e com menos direitos começaram a apelar pela igualdade. A luta pela igualdade foi crescendo e hoje não conhecemos nenhuma categoria que não levante essa bandeira.
Mas…
Lutar pela igualdade não quer dizer que somos iguais. Há uma pequena confusão nisso e alguns teóricos tratam bem dessa questão (Stuart Hall, Boaventura de Sousa Santos, Alain Touraine, etc).
Devemos lutar pelos direitos a oportunidades iguais desde