LUTA DOS INTEGRANTES DO MOVIMENTO DOS SEM TERRAS
A resistência contra a criação e manutenção de latifúndios de terra no Brasil não é novidade dos dias atuais. Elas acontecem em nosso país desde o descobrimento e a chegada dos portugueses. Os indígenas já defendiam suas terras contra a invasão dos bandeirantes, e os negros, com a criação dos quilombos, encontraram uma forma de se defender desse tipo de exploração. Ao longo da historia outros movimentos em defesa da garantia da terra surgiram reforçando o histórico de luta, como por exemplo, Guerra dos Canudos, com Antônio Conselheiro, Contestado, com Monge Maria e as lutas do Cangaço, com Lampião. Entre o período de 1950 e 1964 surge um movimento de classe a partir do estatuto da terra que cria as ligas camponesas, as UTABs, e o MASTER que logo foram extintos violentamente pela ditadura com a morte e prisão de seus lideres. Através de financiamentos estrangeiros os militares levaram desenvolvimento à agricultura beneficiando apenas grandes proprietários e grandes empresas com crédito rural e subsídios. Com esse incentivo à mecanização do campo abriu espaço para a atividade do agronegócio monopolizando a produção agrícola. Essa política resultou no afastamento dos que trabalhavam como meeiros arrendatários e posseiros que perderam a oportunidade na terra. Com a redemocratização do país em 1985 ao final da ditadura surge a proposta para elaboração do primeiro PNRA (Plano Nacional da Reforma Agrária), que tem como objetivo a redistribuição de propriedades rurais para a real utilização social das terras. Esse processo baseia-se na ação do estado que compra ou desapropria terras não utilizadas pelos grandes latifundiários e redistribui para famílias camponesas.
Com a redemocratização política, os movimentos populares de luta pela terra intensificam suas reivindicações originando a formação do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), fundado oficialmente em janeiro de 1984 na cidade de Cascavel-PR. Atualmente, o