Lusotropicalismo
Para que pudéssemos proceder à análise do tema que nos foi proposto pelo professor, necessitei de recorrer a duas obras: “Integração portuguesa nos trópicos” de Gilberto Freyre e “O modo português de estar no mundo” – o lusotropicalismo e a ideologia colonial portuguesa (1933-1961), de Cláudia Castelo. Embora tenham sido sugeridas pelo mesmo, acabaram por ser fundamentais para uma maior compreensão do assunto que nos foi designado.
Visto ser a obra com maior peso, irei primeiramente abordar a obra do Gilberto Freyre, à procura de uma definição para o termo “Lusotropicalismo”, analisando ainda a dimensão que este termo teve ao ser introduzido, durante o período colonial português. Posteriormente, irei então recorrer à obra da Cláudia Castelo para que nos seja possível obter um olhar mais abrangente da ideologia de Freyre.
Gilberto Freyre introduz a sua obra “Integração portuguesa nos trópicos”, ao dizer que irá fornecer ao leitor «notas em torno de uma possível lusotropicologia que se especializasse no estudo sistemático do processo ecológico-social de integração de portugueses, descendentes de portugueses e continuadores de portugueses, em ambientes tropicais» (1), estando subentendido nesta frase, que toda a obra irá ser em volta da forma como surgiu esta tal de “lusotropicologia”.
O autor define “lusotropicologia” como o estudo do processo de simbiose entre os portugueses e os habitantes dos trópicos, caracterizando ainda o desenvolvimento das sociedades e das culturas formadas pelos mesmos, nestes locais, visto que na época colonial foi o povo português quem mais se aproximou, relacionou e integrou no seio dos povos tropicais, desenvolvendo sociedades e culturas mistas, e adoptando conhecimentos em vários campos «harmonizando o essencial da sua cultura europeia» (2), fundindo essa mesma cultura com a cultura “nativa”, formando então essas relações de simbiose.
No entanto nem todos os europeus