A Radicalização das oposições e o sobressalto político de 1958
As democracias tinham vencido a guerra e a derrota da Alemanha ditou o fim da 2ª Guerra Mundial.
Salazar tirou então as devidas ilações: o seu regime deveria (pelo menos na aparência) democratizar-se ou corria o risco de se desmoronar.
O Governo tomou a iniciativa de antecipar a revisão constitucional (ex: reintroduziu o sistema de círculos eleitorais distritais), dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições antecipadas “livres”.
Um clima de otimismo instala-se e acredita-se que a força da vaga democrática vai forçar a abertura do regime.
Nasce o MUD- Movimento da Unidade Democrática que congrega as forças clandestinas da oposição ao regime.
Este movimento dá início à chamada oposição democrática (as forças oposicionistas legais ou semilegais passam a ter maior visibilidade).
O MUD formula algumas exigências que considera fundamentais: adiamento das eleições, liberdades de opinião, etc..
As esperanças goraram-se quando nenhum dos pedidos do MUD foi satisfeito.
O MUD desiste do ato eleitoral por considerar que as eleições não passariam de uma farsa.
Nesse mesmo ano, as forças oposicionistas voltam a ter nova oportunidade de mobilização em torno da candidatura de Norton de Matos mas face a uma severa repressão, este apresentou também a sua desistência antes das eleições.
O Governo pensou ter controlado a situação até que, em 1958, a candidatura de Humberto Delgado «o General Sem Medo» desencadeou um autêntico terramoto político.
O Governo procurou, por todos os meios, limitar-lhe os movimentos, acusando-o de provocar agitação social, desordem e intranquilidade pública.
Mesmo assim o resultado oficial das eleições deu a vitória a Américo Tomás (agora Presidente, convidado por Salazar à candidatura).
Mas a credibilidade dos resultados e do próprio regime saíram seriamente abalados. Salazar sentiu isso e para evitar novo risco de um golpe de estado constitucional, anulou o sistema