Portugal do autoritarismo democracia
2.1. Imobilismo político e crescimento económico do pós-guerra a 1974
A posição de neutralidade que Portugal assumiu na 2ªGuerra Mundial permitiu a sobrevivência do regime salazarista.
Desfasado politicamente em relação à Europa democrática, o nosso país não soube também acompanhar o ritmo económico das nações mais desenvolvidas, o atraso português persistiu e, em certos setores, como o agrícola, agravou-se.
2.1.1. Coordenadas económicas e demográficas
A estagnação do mundo rural
O país agrário continuava um mundo sobrepovoado e pobre, com índices de produtividade que, em geral, não atingiam sequer a metade da média europeia.
Os estudos sobre a situação da agricultura portuguesa apontavam como essencial o redimensionamento da propriedade, que apresentava uma profunda assimetria Norte-Sul: no Norte predominava o minifúndio, que não possibilitava mecanização; no Sul estendiam-se propriedades imensas, que se encontravam subaproveitadas. Havia também que rever a situação dos rendeiros.
Face a esta situação, a partir de 1953, foram elaborados Planos de Fomento para o desenvolvimento industrial. O I Plano (1953-1958) e o II Plano (1959-1964) davam continuidade ao modelo de autarcia e à substituição de importações. É só a partir de meados dos anos 60, com o Plano Intercalar de Fomento (1965-1967) e o III Plano (1968-1973), que o Estado Novo delineia uma nova política económica:
Defende-se a produção industrial orientada para a exportação;
Dá-se prioridade à industrialização em relação à agricultura;
Estimula-se a concentração industrial;
Admite-se a necessidade de rever a lei do condicionamento industrial (que colocava entraves à livre concorrência).
A década ficou marcada por um decréscimo brutal da taxa de crescimento do Produto Agrícola Nacional e por um êxodo rural maciço.
A emigração Década de 60 -> período de emigração mais intenso de toda a nossa história.
Nesta década, para além da atração pelos altos