Lusiadas e a mensagem
FICHA INFORMATIVA PARA O 2º PERÍODO
Os Lusíadas
CANTO I
PROPOSIÇÃO
Nas três estrofes iniciais da epopeia o poeta enuncia o propósito da obra. Ao fazê-lo apresenta os heróis e os feitos que lhes deram esse estatuto: os navegadores, que, sulcando mares desconhecidos, dilataram o Império para Oriente, vencendo obstáculos que estavam para além “do que prometia a força humana”; e todos os Reis portugueses que contribuíram para a dilatação da Fé e do Império; Todos os homens, enfim, que por feitos grandiosos se imortalizaram. O poeta refere em síntese este herói coletivo como “o peito ilustre lusitano”, cujos feitos irá cantar e divulgar. A mitificação do herói d’Os Lusíadas está patente no confronto com os heróis da Antiguidade, ofuscados pela grandeza dos senhores do Mar e da Guerra “ a quem Neptuno e Marte obedeceram”.
INVOCAÇÃO
Esta segunda parte constituinte da epopeia tem como destinatário as Tágides, a quem o poeta pede inspiração. É significativo que dirija a sua invocação a entidades míticas nacionais: através do seu canto, dizendo que tornará as águas do Tejo tão famosas como as de Hipocrene. O poeta joga assim com a vaidade das ninfas, mas também com o seu espírito de gratidão, ao recordar-lhes que sempre as celebrara no seu canto. Significativa, também, a valorização do “estilo” épico por comparação com o lírico. Um estilo que está em consonância com a grandeza dos feitos e heróis que vai cantar, “Se tão sublime preço cabe em verso”. Mais um momento de engrandecimento do herói lusitano.
Pela leitura da Proposição e Invocação das epopeias da Antiguidade, verifica-se que só em Os Lusíadas, epopeia renascentista, o herói épico é um povo, um herói coletivo.
DEDICATÓRIA
Camões dedica o seu poema ao Rei D. Sebastião a quem louva pelo que representa para a independência de Portugal e para a dilatação da cristandade. Louva-o ainda pela ilustre e cristianíssima ascendência e ainda pelo grandioso império de que é senhor.